(...) Teria visto a pilha em cima da mesa e despachado, assim como eu vi as coisas todas e deixei de lado, em algum canto do meu quarto desarrumado, nem fiz questão de botar pra baixo do tapete. E amor foi quando você trancou a porta do quarto porque eu disse que não ia voltar naquela noite. Nem na outra, nem na próxima noite e em semana alguma. Foi quando você tentou desmarcar uns compromissos enquanto eu mantinha a agenda fechada e dizia que não posso hoje, desculpa, vamos tentar na semana que vem? Amor foi quando você continuou ligando e até me comprou presente de aniversário quando a gente finalmente se sentou pra discutir. Foi quando você pediu pro garçom não trazer gelo – porque eu tava doente – e me entregou um casaco pra me aquecer – porque já passava das 22h e eu não precisei dizer um pio pra você descobrir minha gripe. Foi quando você me contou o que tava fazendo e riu de como me conhecia nos detalhes, quando confessou que sabia que tinha algo de errado e que eu não era mais o mesmo, foi quando você podia ter me deixado, mas me deixou na porta de casa e disse que esperava que eu ficasse bem.
E eu só vi isso tudo quando você foi embora. Porque aquilo também foi amor.
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