quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Passa!


Ele me dizia que toda vez que eu ficava triste chovia, e depois de tanto tempo choveu muito aqui.
Ele me dizia pra esperar o amor ideal, de forma tão sincera que garantia que ele não era o amor ideal, e não foi.
Não me ofereceu nada mais do que amor verdadeiro por tempo determinado.
Ele me dizia que quando eu brigasse com alguém eu não deveria esperar muito, homens bebem e saem com outras enquanto as mulheres choram.
Ele não foi certo, mas foi digno.
Ele me dizia que mulher promiscua não é feliz.
Ele dizia que um dia eu ia crescer e entender tudo que ele me dizia.
É verdade!
Ele me ensinou a ser, a amar, a sentir, a lutar, a tentar.
Ele limitou e me deu amor próprio em doses relevantes.

Ele admitia os erros dele, ele foi sincero o tempo todo, e dizia tudo o que sentia, e quando ele foi embora eu senti muito, como senti, como doeu, eu pensava que sem ele eu não encontraria o amor.

Eu sofri, sobrevivi, me refiz.

E numa dessas conversas de anos depois, quando a gente se tromba numa manhã qualquer, cena rara, ele disse que lembra de mim, que eu havia crescido mais do que ele imaginava, que sabe que eu tentei, que ficamos juntos literalmente sob um temporal, admitiu que errou.

E sabe, é a maneira mais correta de saber que a pessoa se importa, com você ou com o que restou de você.
Eu sei que ele monitorou tudo. E sei que ele virou uma referência amorosa na minha vida.

Nós aprendemos muito juntos, nós ganhamos e perdemos juntos.

E hoje só lembrei de tudo isso, pra acreditar piamente que tudo passa.

No final toda pessoa ensina algo pra gente, uns ensinam a acepção do termo "filho da puta", outros da "loucura", outros da 'paixão", cada um do seu jeito, sendo bom moço ou cafa, deixam suas marcas.

#JP

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