quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O JARDINEIRO FIEL



              Tessa é ativista e humanitária, e conhece o diplomata Justin em uma palestra onde ele defende ações pacíficas de seu governo. Logo depois os dois se casam e Tessa fica grávida.
Mesmo assim, Tessa não abandona sua luta, vai para a África em uma visita para tratar de seus assuntos humanitários, era na África que ela concentrava suas ações, em uma dessas viagens Tessa perde seu bebê, e nesse mesmo hospital, descobre que uma grande empresa está fazendo testes com os pacientes. Tessa, diante de tal situação, faz do descobrimento do fato o objetivo de sua vida, pois ela ajudava aquelas pessoas a sobreviverem, mesmo diante de tantas doenças e dificuldades como, por exemplo, a Aids (HIV) e a tuberculose, a falta de estrutura do Estado, as condições mínimas de assistência que as pessoas não tinham. Tessa tinha a esperança de uma mudança que ajudaria a população do local. Mas os donos das empresas que estavam usando as pessoas para testar inseticidas notam o interesse e as pesquisas de Tessa, e na volta de uma de suas viagens Tessa e seu colega são assassinados, por ordem dos empresários.
Assim, Justin descobre a verdade, e também descobre que ele sem querer fazia parte de alguma forma de muitas dessas mentiras, dessa forma encontra a motivação pela qual Tessa vivia. Ao mesmo tempo Justin encontra alguns indícios de atitudes reprováveis de Tessa, como infidelidade. Nesse ponto o filme toma um rumo, incrivelmente surpreendente, Justin compreende o amor de Tessa de uma forma inimaginável e pura, porém no final do filme Justin tem o mesmo fim de Tessa e é assassinado a mando dos mesmos empresários que são responsáveis pela morte de Tessa e de seu amigo.
A meu ver, o filme não trata de ficção, acredito que coisas assim podem acontecer na África e em muitos outros lugares, é obvio que com mais freqüência em países sem muito desenvolvimento e de baixa renda. A grande questão do filme é o envolvimento de empresas renomadas e do Estado com as mortes e a barbárie que ocorre na África, achei muito interessante que também mostra a realidade da influência de grandes empresas que possuem recursos, e nesse caso tem esse tipo de “atitude”, em relação às pessoas que como Tessa lutam, ou tentam ajudar sozinhas, ou em grupos e com doações, o que é muito contrastante com empresas e Estados. O filme nos faz pensar em muitas coisas, a pobreza, o amor, a fome, os países ricos em ligação aos subdesenvolvidos que estão 90% localizados na África.
Apesar de a nossa Constituição Federal manter a dignidade da pessoa humana como princípio fundamental, e de o mundo ter varias organizações e programas que protegem esse direito, nem sempre a lei é aplicada e seguida a risca. Não é digno termos tantas pessoas pobres, que passam fome e moram nas ruas, não só no Brasil, o direito não acolhe em suas leis esses fatos, mas mesmo assim independentemente do governo, país ou leis nós ainda “assistimos” a esse tipo de ocorrência diariamente.
             Acredito que tudo isso é o resultado de não pensarmos mais pela nossa “pólis”, e sim cada um por si, de fato tudo se torna mais difícil quando temos de fazê-lo sozinho, mas o que importa hoje é a nossa tamanha ganância de obter lucros, quanto mais benéfico para nós, melhor, afinal também somos capitalistas, é claro que hoje em dia não podemos imaginar igualdade extrema, destarte, acredito que se apenas conseguíssemos alcançar o mínimo de dignidade que dizemos que devemos ter seria de grande valia. Não levamos em consideração valiosos ensinamentos deixados pelo passado, não temos mais tanta ligação com a religião, não temos mais compromisso com nossa sociedade, e muito menos com o local onde vivemos.



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