Queria-te ainda querendo dividir quimeras comigo. Sinto-te tanta falta. Do seu perfume novo a seu barulhinho ao ajeitar a cabeça no travesseiro. Consolo esse meu, que lembra-me de ti. Recordo-me como se fosse ontem dos meus dizeres inventivos ao te conquistar, da amabilidade que nossos olhares comutavam e como ajeitava-me o sorriso para encostar no teu.
Sou um estranho ímpar, fiz descaso do teu amor, poupei nossa felicidade mutua pois julgava querer desbravar uma vida de venturas, e aventuras, inexistentes. Neste tempo fostes para-raio dos meus excessos e assim, julguei como passageiro um amor que nem parecia-me amor.
Deixei a casa vazia. Fui distante e frio. Larguei-te ao léu da saudade e optei por trilhar desajudado um caminho que cabia tanto nós dois. Hoje, de viseira longa sinto-te falta, do seus costumes doces, dos teus risos fáceis, dos nossos sonhos palpáveis.
Confesso-me que se pudesse faria tudo diferente, e hoje, te abraçaria com todo meu arrependimento. Frustração essa que não cabe em mim, saudade, mágoa e compunção se transam e criam laços, pertinentes a minha revolta de simplesmente não lhe suscitar mais.
Sonho dolorido. Pouco cabido à minha realidade. Que dribla os meus ímpetos e me traz ao chão. Chão que cheira a pó e que vem à tona, sem dó. Te perdi por imperícia minha. E hoje, permeio com a minha saudade e vontade de, ao teu lado, refazer nossas exclamações alegres.
Perdido nas águas da minha própria melancolia, confesso, só queria ainda saber nadar nas águas que já atravessei. Só queria-te ainda querendo-me.
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